O YouTube tem mais de 1,5 bilhão de usuários, o que representa quase 1/3 dos usuários da internet, o equivalente a 1 a cada 5 pessoas no mundo. Existem mais de 2 milhões de editores no YouTube, e 2 mil deles com mais de 1 milhão de inscritos. Segundo pronunciamento da CEO do YouTube feito em 2015, 400 horas de vídeo eram carregados para o YouTube a cada minuto. Fazendo uma projeção polinomial simples com base nos dados de crescimento oficiais de 2007 até 2015, podemos chegar ao número de 1200 horas.

Claro que a projeção não considera diversos fatores do mercado, mas ainda é mais factível que o número de 2015. Essas 1200 horas de vídeo carregados por minuto equivalem a 1 728 000 horas por dia. Então, a cada dia, 197 anos de vídeos são carregados para o YouTube. E como o YouTube consegue armazenar tudo isso? Em primeiro lugar, devemos saber quanto de dados realmente o YouTube armazena. Quando gravamos um vídeo e carregamos no YouTube, ele pode ter um tamanho extremamente grande.

De modo a reduzir essa quantidade de dados, toda vez que o upload de um vídeo é feito no YouTube ele comprime, podendo reduzir em até 100 vezes o tamanho sem perder a qualidade. Isso é possível pois ele remove detalhes gravados que não são perceptíveis a olho humano. Ele também identifica pixels similares e imagens que não se modificam no tempo, que não precisa ser gerados novamente a todo momento. Depois disso, o YouTube faz uma cópia em alta qualidade e então gera diversas versões do vídeo em diferentes qualidades.

Dessa forma, você pode assistir a uma versão do vídeo em uma TV de alta qualidade e outra versão de menor resolução em um celular, sem consumir toda sua banda 3G. Ele também fatia os vídeos, como você fatia um pão, e conforme o vídeo vai carregando ele vai identificando qual é a melhor qualidade da próxima fatia de vídeo e buscar aquela fatia.

Utilizando o site GenYoutube para obter as estatísticas de todos os formatos e tamanhos disponíveis para um de nossos vídeos de 7 minutos, chegamos ao tamanho total de 319,91 megabytes por 7 minutos de vídeo, o que equivale a 45,7 megabytes por minuto de vídeo. Então uma hora de vídeo tem o tamanho de 2,68 gigabytes. As aproximadamente 1 728 000 horas de vídeo que são carregadas por dia equivalem então a 4 627 269 gigabytes, ou ainda 4519 terabytes de dados ocupados no YouTube todos os dias. Em um ano mais de 1 600 000 terabytes de vídeos são ocupados pelos usuários do YouTube. Mas será que isso é muito? Os computadores normalmente vem com HD de 1 terabyte.

Cada dia, 2 621 440 terabytes de dados são produzidos no mundo, o equivalente a 114 340 anos de vídeo. 90% dos dados do mundo foram criados nos últimos 2 anos. Estes dados vêm de todos os lugares: sensores, postagem em sites de redes sociais, fotos e vídeos digitais, transações de compras e sinais de GPS para celular, só para citar alguns. Os 4519 terabytes de dados produzidos todo dia pelo YouTube não parece muito comparado aos 2 621 440 terabytes produzidos no mundo inteiro.

O YouTube representa aproximadamente 0,17%. Mas ainda muita coisa. Com os dados históricos divulgados pelo YouTube de horas de vídeos carregados por minuto, juntamente com a nossa projeção e o tamanho de 2,68 gigabytes por hora de vídeo, podemos estimar a evolução do armazenamento de dados acumulados ao longo dos anos, chegando ao número de 4 333 petabytes de dados. Isso equivale a 4,23 exabytes de dados armazenados em vídeo até hoje pelo YouTube. O mundo inteiro gera por ano 912,5 exabytes.

É muito vídeo no YouTube. E como ele consegue armazenar tudo isso? Você pode ficar surpreso ao saber que a internet tem uma casa. Na verdade, diversas casas. Data Centers. Quando você manda algo para a nuvem ou acessa a internet para qualquer outra coisa, os dados vem até você de um Data Center. Então, cada vez que um vídeo é carregado, ele viaja por cabos ou ondas de rádio, através dos oceanos e cidades, até chegar em locais físicos chamados de Data Centers, espalhados ao redor do mundo. Esses data centers são prédios com equipamentos de armazenamento de dados e sistemas de resfriamento e fornecimento de energia extremamente complexos, que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Como todos sabem, o Google comprou o YouTube em 2006, e por isso o YouTube integra alguns dos serviços do Google, como os Data Centers. Os primeiros data centers do Google eram feitos de placas de computadores e alguns HD’s. Mas eles logo se profissionalizaram, construindo servidores maiores e mais eficientes, integrando com abastecimento por fontes de energias renováveis. A sala de rede é a primeira parada no Data Center.

Os equipamentos encaminham as solicitações para os servidores corretos na próxima sala. Os equipamentos da sala de rede permitem também que os Data Centers se comunicam uns com os outros globalmente. No andar do servidor, computadores eficientes cuidam de bilhões de pesquisas e hospedagem de vídeos no YouTube.

Por questões de segurança, os dados são armazenados em pelo menos dois servidores, e uma cópia de backup dos dados mais importantes é armazenado em servidores de fitas digitais. As máquinas nos Data Centers nunca param de trabalhar, gerando com isso um grande aquecimento.

Para reduzir esse aquecimento dos servidores, torres de resfriamento bombeiam água para resfriá-los. E quanto custa para construir um Data Center do Google? O mais novo deles, inaugurado em 2016 no Oregon, Estados Unidos, custou 1 bilhão e 200 milhões de dólares. E o Google já anunciou a construção de um novo custando 600 milhões de dólares, a cerca de 1,6 km de distância, elevando o investimento total para 1 bilhão e 800 milhões de dólares.

Outro localizado em Oklahoma também está em contínua expansão. Custou 600 milhões de dólares em 2011 para abrir e, com a expansão anunciada em 2016, o investimento passou a 2 bilhões de dólares. Os Data Centers do Google e do YouTube estão espalhados ao redor do mundo. Poucos fora do Google sabem exatamente quantos são, mas os principais locais com grandes Data Centers são 15: A América do Sul possui um no Chile. Nos Estados Unidos estão localizados na Carolina do Sul, em Iowa, em Georgia, no Alabama, na Carolina do Norte, em Oklahoma, em Tennessee e no Oregon.

Na Ásia, um se localiza em Taiwan e outro em Cingapura. Na europa, estão localizados na Irlanda, na Holanda, na Finlândia e na Bélgica. Cada um desses locais possuem múltiplos Data Centers. Alguns são instalados em contêineres, chamados de modulares. Mas a maioria são instalados em prédios industriais, especialmente projetados para comportar os Data Centers com a eficiência e segurança possível. É, armazenar 4519 terabytes de vídeos todos os dias não é uma tarefa simples.